sexta-feira, 21 de outubro de 2016



Sertão, meu pedaço de chão

Na terra seca do meu sertão
Canta a codorna, o nhambu e o perdigão.
Quando amanhece lá no capão
Canta a seriema pousada no estradão,
A garça branca no ribeirão.
Sertão, meu pedaço de chão.

Quando entardece lá no grotão
E a noite cai com a sua escuridão
Voa o curiango no capoeirão,
Canta o urutau lá na ponta do mourão
E a coruja no cerradão.
Sertão, meu pedaço de chão.

Naquele rancho, felicidade é certa;
Deixo a janela aberta;
Na alvorada a passarada me desperta,
As saracuras em dueto na hora certa;
Na natureza o dia dá o seu alerta.
Sertão, meu pedaço de chão;
Sertão, lar do meu coração.


Pássaro preto

O homem trabalha a terra,
Planta o milho e o feijão.
Pássaro-preto de longe observa
Cantando sua provocação:
Cê finca, finca, eu ‘ranco.


O curiango e o urutau

Alguma coisa combinou
O curiango com o urutau,
Que pergunta toda noite
Pousado lá no pau:
Foi, foi, foi, foi, foi?

O curiango preguiçoso
Lá do meio do quintal
Responde audacioso
Ao compadre urutau:
Amanhã eu vou, amanhã eu vou.


Passarinho na janela

Passarinho na janela
Em manhã fria ensolarada
Canta melodia bela
Enquanto o sol seca a geada.


Pajarito en mi ventana

Pajarito sobre mi ventana
En mañana fría y soleada
Canta la melodía temprana
Mientras el sol seca la helada


Taoca na taboca

Quando taoca
Estala na moita de taboca
A mata toda pipoca
Insetos fugindo da toca
Passarinho faz fofoca
E a passarada toda desloca
Pra seguir a taoca