sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

 Sight of the heart


The dew on the rose petals. Teardrop in my eye. The cold and the darkness of the night bring vitality to the flower and strength to my feelings. Sad feelings getting stronger. The rose is happy with the breeze, but my heart is stone cold. My thoughts are spread by the freezing wind like the withered leaves. They're all over the place. My emotions are as dead as the litter. The moon is up there, shining its white beauty in the deep black of the night. My eyes can see it, but my dying heart can't feel it. The composition of nature is perfect, but only when it can touch the heart through the eyes. A closed heart can't feel what the eyes can see.

Unwholly


A man is born whole, but maturity makes him incomplete, until he finds his other half. Happiness only exists in wholeness, and it's so pleasing to be able to be whole alone. But once your heart is broken, and break it will, you can't be self dependent anymore, and the silver brightness of the moon will inevitably bring sorrow to a single pair of eyes.

 Humanity


The difference between men and animals is that animals are able to just exist. There's no past and no future, just present. And all they have to do is live the present, with no regrets from the past and no goals for the future. That's happiness.

 Real love


Love is not real if your self doesn't extend to the other person.

A sunset is not real if watched alone.

The moonlight can't touch me if not through your touch.

Me and you, we're one. Me alone, it's just a soulless body.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

 Universo sem filtro


Deixa-me prosar. Passarei a contar como é realmente o universo. Como Deus o vê. Como os seres sobrenaturais o veem. É um universo sem filtro. Tudo que há se vê. Não há limitação de existência nem de sentidos para se detectar o que se há. Nada está escondido. Tudo se explicita aos sentidos do observador. Tudo é palpável. Sentido por sentidos que nunca sonharíamos em imaginar. Sem o filtro dos cinco sentidos. Sem o fardo que é o corpo material, que torna translúcida a alma que doutra forma seria transparente. As dimensões não são três só, nem quatro, nem mil. São infinitas. Tudo que no nosso conhecimento é limitado, na verdade é infinito. Limitada é a nossa capacidade de assimilá-lo.

O universo tem um som de fundo. Um som que se apresenta na maneira que a matéria deforma o espaço-tempo. Um som que está em constante melodia, formada pela movimentação e mutação do que se há. Uma música infinita soando no infinito. Soando para nenhum ouvido ouvir. Soando sem se utilizar de ondas sonoras. Porque os sentidos são apenas formas diferentes de se perceber o mundo. Tudo que se ouve, pode-se ver. Tudo que se apalpa e se sente pode ser ouvido. O ondular da água escorrendo em uma pedra, o balanço da areia à mercê do vento ou da maré, a irregularidade do relevo, tudo pode ser sentido em ondas sonoras. É tudo música. O universo é música. A chuva seria-nos uma melodia grandiosa se pudéssemos ouvir de forma separada e reconhecível a ressonância de cada pingo em cada superfície diferente.

Como Einstein previu, tudo é relativo. Um montinho de terra é exatamente igual a uma montanha. A diferença é quanto zoom foi aplicado. Tudo depende de que olhos estão olhando. A diferença não está nas coisas e sim no tamanho do observador. Uma formiga é do mesmo tamanho de um hipopótamo e um besouro tem as medidas de um automóvel. O arco-íris pode ser palpado e sentido como gelatina imersa na água, mas também pode ser visto como uma estreita faixa no céu que leva a potes de ouro, um sonho distante e impalpável.

Existe felicidade em tudo que se sente, e sente-se mais do que se tem consciência. Tudo o que há pode ser sentido: as fibras musculares se contraindo, o sangue se movimentando nos vasos sanguíneos, os líquidos dos tecidos sofrendo osmose. Só não temos sentido para sentir tudo isso. Temos um filtro que nos limita a quase zero. O ser que não possui esse filtro não consegue sequer imaginar quão restritos são nossos sentidos. Apenas percebemos uma fração insignificante do que é o universo. As coisas podem ser percebidas com todos os infinitos sentidos em todos os níveis de aproximação no microscópio do universo. Ele é muito mais infinito do que imaginamos. Infinitas vezes.

Viajando na imensidão do espaço-tempo, ouço a imagem das supernovas como se fosse um barítono em uma melodia infinita ou foguetes se explodindo ao longe, nos horizontes indefiníveis do universo. Um show pirotécnico de sons que não ouvimos e cores que não vemos. O ar só não tem cor porque nossa visão é incapaz de captar o tipo de onda emitida ou refletida pelas moléculas. Em universos paralelos, os sentidos percebidos por nós devem estar em outra faixa, incompreensíveis para nós neste universo. Se essas faixas não se sobrepõem, um universo paralelo pode não ter nada que se assemelha com o que há neste. Claro, segundo a nossa percepção.


sábado, 12 de novembro de 2022

 O paradoxo do conhecimento

 

Ideias de uma mente incomum e incompreendida que fluem no papel à medida que a pena desliza. Ideias para ninguém ler. Apenas ideias. Ideias talvez fúteis, talvez grandiosas. Tudo é relativo. Apenas um monólogo. Escrevo para mim mesmo. Escrevo para retroalimentar meus próprios pensamentos. Apenas para registrar de alguma forma o que corre com velocidade de corrente elétrica numa mente insignificante. As ideias fluem e são esquecidas. As palavras permanecem para sempre. Enquanto alguém conseguir lê-las. Apenas derramo meus pensamentos, minhas ideias, minhas maluquices, minha forma esdrúxula de pensar na brancura do papel.

Não tento mostrar conhecimento, visto que não o tenho. Apenas apresento aqui minha forma de pensar. Não a apresento para milhares de leitores, mas sim para mim mesmo. Porque estas são apenas ideias de um cérebro entre bilhões. De uma fase entre outras diversas. O cérebro é mutável. As ideias são mutáveis. O que hoje me parece inteligente, amanhã me parece estúpido. Sei que um dia vou ler isso e me sentir desconfortável com tamanha ingenuidade. Sinto-me assim quando olho para o passado. A vida do ser humano é um processo sem sentido de acúmulo de conhecimento que para nada serve e que, quando atingir o pico, será esvaziado repentinamente e esquecido para sempre.

Penso, logo sofro. Temos a brilhante capacidade de pensar e viajar em um mudo que de tão extenso nos faz perdermos nessa jornada como em um labirinto. Se não penso, vivo feliz em um mundo simples onde tudo é palpável. O mundo da ignorância é belo, cheio de respostas, visto que não há perguntas. O mundo do conhecimento é triste, cheio de perguntas, a maioria sem respostas. Tento convencer meu cérebro a não pensar e ser feliz, mas ele se recusa.

O conhecimento é infinito e nunca adquiriremos sua plenitude. Na realidade, nunca adquiriremos uma parte significativa dele. Com o parco conhecimento que somos capazes de assimilar, vem o sofrimento de uma infinitude de conhecimento que nem sequer podemos imaginar. A verdade às vezes é muito desconfortável. É muito mais saboroso viver enganado do que descobrir a verdade. A verdade liberta a mente, porém, é nesse momento que se percebe que liberdade não é o que imaginamos. Ser escravo da própria ignorância é confortável, protegido do mundo desconhecido. O saber é congelante. O saber é faminto. Nunca se sacia. Nunca encontra o calor aconchegante da mente que se fechou dentro de sua casa e se prostrou defronte à fornalha.

Qual é, pois, o sentido de estudar, pensar, raciocinar, filosofar, se no final tudo será perdido quando o fio de prata for cortado? E qual é o sentido da vida se não estudamos, pensamos, raciocinamos, filosofamos? Afinal, somos a única espécie neste planeta a ter essa capacidade. De que serve uma capacidade que não é utilizada? Existe algum propósito em tê-la? Ninguém sabe. Talvez não. E é aí que está o paradoxo da nossa vida. Se usarmos essa capacidade de filosofar, tudo será em vão. Se não a usarmos, em vão tudo será. Pensar ou não pensar: eis a questão.

domingo, 28 de agosto de 2022

 Soneto sem sentido


Fala-se muito em sentido da vida, 

Como se a vida o precisasse ter;

Mas se esquece que não existe saída:

Nossa vida é apenas o alvorecer


De uma morte que será depois dela

Tão infinita quanto o foi previamente, 

Pois depois não se conhece a mazela, 

E o que era antes não se sabe igualmente. 


A vida é, pois, a curta passagem

Do que era antes para o que vem depois, 

Sem um rumo e também sem um sentido. 


A morte, apenas a mera paisagem

Que ilustra uma trágica fase dois

De um nada eterno co' o tudo embutido.